RESUMO
Introdução: Os indivíduos com Paralisia Cerebral, vistos pela atenção odontológica, estão entre aqueles denominados Pacientes com Necessidades Especiais e destacam-se por apresentarem severa vulnerabilidade aos desvios de forma, função e estética do sistema estomatognático e pelos agravantes socioeconômicos que restringem seu acesso às ações de saúde bucal da rede pública e privada. Objetivo: Investigar o perfil clínico-epidemiológico dos 67 pacientes com Paralisia Cerebral, na faixa de 2-38 anos, assistidos em 2005 no Centro de Treinamento, Pesquisa e Atenção em Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais Dr. José Ferreira Chaves, Hospital Regional da Asa Norte, Brasília. Método: Estudo descritivo de uma amostra de conveniência, com dados coletados das fichas clínicas odontológicas, sistematizados em formulário específico e apresentados em cinco tabelas. Resultados e discussão: Os pacientes pertencem a famílias de baixa renda, moram distantes do centro de assistência odontológica, apresentam seqüelas neuropsicomotoras que comprometem seu estado geral com repercussões na saúde bucal; são de moderado a severamente dependentes da mãe, sua cuidadora com baixa escolaridade e tiveram dificuldades de acesso aos serviços odontológicos. Para seu atendimento em nível ambulatorial fizeram-se necessários, uma equipe odontológica treinada; utilização de técnicas de contenção física; manutenção do paciente na própria cadeira de rodas e participação ativa do cuidador durante os procedimentos clínicos. Conclusão: Faz-se necessário a implementação de políticas públicas de saúde bucal que contemplem a promoção, prevenção e melhoria dos serviços especializados para esses pacientes, conjuntamente com ações inter-setoriais que contribuam para a integralidade de sua assistência.Palavras-chave: Odontologia em Saúde Pública, Paralisia Cerebral, Levantamentos de Saúde Bucal.
